Como pensar uma objetividade para a crítica, considerando o seu caráter subjetivo?
De outro modo, como a crítica pode, de fato, contribuir para a produção de saberes quando ainda persiste a questão do gosto pessoas, mesmo com todos os cuidados?
No workshop, isso ficou nítido nas sutilezas.
Os críticos profissionais, quero dizer, os que estão vinculados a um jornal ou revista, o que não é o meu caso, pois sim, tais críticos tendem a ser mais seguros (self confident) sobre suas “opiniões”, talvez uma sensação de segurança por conta de estarem representando um veículo.
Tem ainda os artistas que discutiam e interrogavam sabiamente coisas como o que é dito pelo crítico não está na obra ou que o crítico não conseguiu entender nada, aí “cria” um discurso qualquer que legitime.
Tem ainda os críticos-artistas, cada um com um nível de atuação específico, que se colocavam no entre, de tentar argumentar a partir de suas experiências de deslocamento entre ambas atuações.
Nesse embate, que prefiro entender como confronto de diálogos, alguma questões foram colocadas e servem para futuros diagnósticos e diálogos:
– O crítico é a pessoa mais habilitada para compreender o trabalho do artista. Já o próprio artista não.
– A crítica fala de coisas que não estão na obra, mas ao falar isso, tais coisas passam a pertencer ao olhar do leitor e, de alguma forma, à propria obra.
– A crítica tem pouco espaço nos jornais e revistas impressos, sendo a internet a grande saída para essa suposta crise do exercicio crítico.
– A internet, no entanto, tem suas limitações pois é também um extremo, o de ter muito espaço no qual a interatividade, geralmente, só dura algumas horas ou dias.
– O trabalho do crítico e do programador se confundem, tendo o programador, muitas vezes, mais habilidades de legitimação de suas escolhas.
– Os festivais seguem a mesma lógica da nossa sociedade capitalista: muitos espetáculos e muitas novidades, sendo impossivel desacelerar a rotina, nem desestabilizar as expectativas.
Há ainda outros aspectos que, a partir desses, irem logo mais pontuar, questionar.
PS: Que (pre)potências tem a crítica?
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